segunda-feira, 31 de janeiro de 2011

Mudança de endereço

Caros amigos,
Continuaremos nosso blog a partir de hoje no site "O DIARIO". Endereço abaixo:

http://www.odiario.com/blogs/plasticaesaude/

Forte abraço a todos!

sábado, 15 de janeiro de 2011

Cigarro vs Cirurgia Plástica




Faz parte da rotina do cirurgião plástico a pergunta: “Mas doutor, vou ter que parar de fumar para fazer a cirurgia?”
Inegáveis e inúmeros são os malefícios do cigarro, mas vamos nos ater ao universo da cirurgia plástica. O cigarro prejudica a cicatrização de várias formas. Aumenta também o risco de complicações com anestesia. A recuperação é mais lenta e sujeita a inúmeros contratempos.
Sendo assim, eu freqüentemente me intrigo com a pergunta: “Não parece paradoxal o fumante se preocupar mais com o aspecto exterior em detrimento da saúde global?”
Algumas cirurgias plásticas são mais prejudicadas pelo cigarro. Dentre elas destacamos a plástica facial e abdominal (dermolipectomia).
Recomenda-se que o cigarro seja suspenso, no mínimo, 3 a 4 semanas antes do procedimento e, se possível, algumas semanas após o mesmo.
Também é comum a frase: “Eu não me importo com os riscos, preciso melhorar”. A única interpretação desta frase é que, quem a diz, não conhece realmente todos os riscos.
Enquanto cirurgião plástico, entendo o anseio pela melhora estética. Mas antes de tudo, somos médicos. Não podemos perder esta grande oportunidade de melhorar a vida do paciente.
Cigarro e cirurgia plástica não combinam. Aliás, cigarro combina com alguma coisa? Está bem fora de moda ultimamente...

Software ajuda a programar a cirurgia de implante de silicone

É evidente (e não tem mesmo como esconder) que a cirurgia de implante de prótese de mama tem sido amplamente realizada. Deparamo-nos frequentemente com mamas que são muito assimétricas. É praticamente nula a possibilidade de a mulher apresentar mamas absolutamente iguais e simétricas. Alguma diferença sempre existirá. No entanto, algumas diferenças devem ser vistas antes de operar com o intuito de minimizar esta situação. Em alguns casos, por exemplo, chegamos a usar próteses de tamanho e formato diferentes.
As alterações da mama mais comuns são: diferença na altura dos mamilos, volumes diferentes, alterações na projeção do tórax (costelas), sulco mamário (dobra da mama) em alturas diferentes.
Até hoje usamos métodos manuais e fotográficos para medir estas diferenças.
Em recente estudo publicado na China, aliás este país tem muito se destacado na área da cirurgia plástica, o autor sugere o uso de um software que capta a imagem da paciente e projeta em 3 dimensões. (figura abaixo).



Vamos aguardar mais estudos e esperar que a novidade chegue até nós.

Baseado no artigo: "The Role of Three-Dimensional Scanning
Technique in Evaluation of Breast Asymmetry
in Breast Augmentation: A 100-Case Study"
Publicado na revista: Plastic and Reconstructive Surgery • December 2010

quinta-feira, 13 de janeiro de 2011

Cirurgia Plástica Para Enxaqueca?

A enxaqueca é uma forma muito comum de dor de cabeça. Estima-se que 35 milhões de americanos são portadores desta condição. Naquele país, o prejuízo estimado anualmente é de cerca de 18 bilhões de dólares por ano (principalmente devido absenteísmo e diminuição da produtividade no trabalho). Supõe-se que afete 18% das mulheres e 6% dos homens, podendo ocorrer até mesmo em crianças.
No Brasil não há dados precisos disponíveis, mas pode-se imaginar que a situação não seja muito diferente.
Ainda é uma doença cuja causa não esta bem estabelecida. Neurologistas e estudiosos do assunto defendem a teoria de que a origem seja um desequilíbrio na circulação sanguínea do cérebro, internamente. Julgam haver uma dilatação dos vasos sanguíneos. Esta é uma das teorias mais aceitas na atualidade.
Já há algum tempo foi evidenciado e respaldado por vários estudos, que, a toxina botulinica (usada para diminuir as rugas, comercial Botox®) pode melhorar os sintomas em alguns pacientes. A partir daí, começa-se a questionar a teoria de que o problema inicial é interno e admite-se a possibilidade de haver algum fator externo como sendo o gatilho inicial.
E onde a cirurgia plástica entra nesta história?
Existe um tipo de cirurgia plástica facial em que é usado o videoendoscopio. Técnica relativamente recente que minimiza as rugas e alterações do envelhecimento facial. Durante esta cirurgia alguns nervos da face são liberados dos seus músculos para que os mesmos sejam enfraquecidos, diminuindo as rugas. Existem alguns relatos de que estes pacientes teriam supostamente seus sintomas de enxaquecas diminuídos. Este é mais um argumento que fortalece a hipótese de que a enxaqueca possa ter sua origem em nervos periféricos, que ficam, de certa forma, comprimidos pelos músculos ou outras estruturas ao seu redor. Esta nova forma de ver as coisas abre um outro campo de possibilidade de tratamento: cirurgia descompressiva dos nervos periféricos. Realizar descompressão dos nervos usando a cirurgia para evitar que a enxaqueca se inicie. Ao menos no campo teórico faz algum sentido.
Vamos aguardar e observar a evolução dos estudos. Talvez, em um futuro próximo, possa aliviar a vida de muita gente que sofre deste perverso incomodo.

Texto escrito baseado no artigo: “Migraine Surgery: A Plastic Surgery Solution for
Refractory Migraine Headache” Revista: Plastic and Reconstructive Surgery • Janeiro de 2011

sexta-feira, 17 de dezembro de 2010

Seriados medicos exageram na exposição de medicos e pacientes.

Show dos sem ética

Produções de TV do exterior e também exibidas no Brasil mostram rotina de médicos e pacientes antes, durante e depois de cirurgia



Alguns canais de televisão norte-americanos exibem, regularmente, programas sobre cirurgia plástica. Neles, profissionais deixam de ser apenas médicos e tornam-se celebridades. A superexposição da vida de cirurgiões e pacientes – antes, durante e depois do procedimento – é escancarada. Um dos mais conhecidos do gênero é o Dr. 90210, no ar desde 2004, nos Estados Unidos. O programa mostra a rotina de alguns médicos, entre eles, Robert Rey, cirurgião plástico brasileiro, proprietário de uma clínica em Beverly Hills que arrecada milhões de dólares por ano, não só com cirurgias, mas com o próprio show televisivo e publicidade. No Brasil, começou a ser apresentado em canal fechado.

Além de exibir as cirurgias, pacientes e todo o drama emocional que envolve o procedimento, a produção mostra a vida particular dos médicos. Rey e outros profissionais vivem rodeados de câmeras, que os seguem até em momentos de lazer ou convívio familiar. Na TV aberta brasileira, o programa é veiculado desde 2007 pela Rede TV, com o título Dr. Hollywood. Nessa versão, além do conteúdo original da produção americana, Rey concede, a cada episódio, entrevista exclusiva à apresentadora do canal brasileiro, Daniela Albuquerque.

Se atuasse como médico no Brasil, Rey já teria respondido a procedimento ético em um dos conselhos de medicina. O conselheiro do Cremesp e coordenador da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame), Lavínio Camarim, lembra que a legislação médica norte-americana é diferente da brasileira. “Nós temos um código de ética que preserva muito o trabalho do médico e, principalmente, a medicina”.

No Brasil, é vedada a exibição de pacientes e cirurgias que não estejam inseridos em ambientes de ensino e congressos médicos. Regulam a divulgação de assuntos médicos e a propaganda, o Decreto-Lei Federal nº 4113/42, a Resolução nº1701/03 do Conselho Federal de Medicina (CFM), além de vários artigos do Código de Ética Médica. Há, ainda, o Manual da Comissão de Divulgação de Assuntos Médicos (Codame), com normas específicas sobre o tema.

“Programas como o Dr. Hollywood entram no país e prestam um desserviço à sociedade brasileira e à medicina, por expor pacientes, prometer resultados e criar um show em torno de procedimento cirúrgico”, afirma Camarim. “O médico brasileiro responderia a uma sindicância, que poderia justificar um processo ético-profissional, caso participasse de programa desse gênero”, alerta.

As sociedades médicas também condenam essa prática. “A exposição de pacientes em programas de televisão que não têm caráter educativo, apenas com a finalidade de promoção pessoal e de modo sensacionalista, é condenada pelas sociedades de cirurgia plástica de qualquer país e pelos médicos”, declara o presidente da Federação Ibero Latino-Americana de Cirurgia Plástica, José Tariki. “Os próprios cirurgiões plásticos norte-americanos sentem-se desconfortáveis com esse tipo de programa, pois traz conotações que vulgarizam a especialidade, dando a impressão de serem procedimentos banais”, completa Tariki.

Além do Dr. Hollywood, a televisão dos EUA já produziu outras “atrações” na mesma linha. O 10 Years Younger, do Discovery Home and Health, e o Extreme Makeover, da ABC, acompanhavam pessoas que, após serem submetidas a cirurgias plásticas, mudavam radicalmente a aparência. A MTV foi mais longe no show de absurdos. Exibiu, durante 2004 e 2005, o I Want a Famous Face, no qual pessoas comuns passavam por várias intervenções cirúrgicas para ficar com o rosto igual ao de uma celebridade. “Esse tipo de reality show tem formato de apresentação impactante e causa desconforto e insegurança às pessoas que pretendem se submeter à cirurgia plástica”, lamenta Tariki.

Também é comum a participação de médicos em programas de variedades – no exterior e no Brasil. Alguns profissionais têm até quadros fixos em algumas produções. Nem todos respeitam os preceitos éticos que a exposição exige. Na Codame do Cremesp, um grupo de conselheiros e delegados acompanha a participação de médicos na mídia.

Além de orientar os profissionais sobre os aspectos éticos na divulgação, publicidade e propaganda de assuntos médicos, a comissão pode encaminhar denúncia contra os que não seguem as normas. “Estamos indo a campo para levar o ensinamento aos médicos, por meio de palestras, mas, ao mesmo tempo, fazendo buscas ativas na mídia para coibir os excessos”, explica Camarim. “O médico pode participar de programa de televisão apenas com o objetivo de orientar a população, demonstrando a característica informativa do assunto que está tratando”, completou ele. A Federação Ibero Latino-Americana de Cirurgia Plástica organiza mesas redondas sobre ética aos seus associados em que esse tema é discutido.

Nos Estados Unidos, o exercício ético da especialidade é regulado pela American Society of Plastic Surgeons (ASPS). Dentro dessa grande área atuam os órgãos regulamentadores de subespecialidades, como a American Society for Aesthetic Plastic Surgery (ASAPS), presidida pelo médico Renato Saltz. “Aqueles que são membros da sociedade e possuem certificado de especialista têm de seguir o seu código de ética”, informa Saltz . Segundo ele, os especialistas credenciados são observados pelo conselho de ética e, também, pelo American Board of Plastic Surgery, podendo ser suspensos pelas duas entidades se cometerem ilícitos éticos.” Mas, infelizmente, não termos como parar casos como o de Dr. Robert Rey. Ele não é membro de nenhuma sociedade e não tem título de especialista”, afirmou Saltz. “Várias tentativas foram feitas e o público americano foi informado, de muitas maneiras, que seu show não representa a realidade da cirurgia plástica. Ele já perdeu muito ibope por aqui e, por isso, se lançou no Brasil, na República Dominicana e em outros países na América do Sul”, completou o presidente da ASAPS.

Procurada pela Ser Médico, a Associação Brasileira de Emissoras de Rádio e Televisão (Abert) disse que não iria se pronunciar sobre o assunto, “pois trata-se de um tema que não é institucional. Além disso, cada emissora é responsável pelo conteúdo que veicula”. A diretoria artística da Rede TV também foi contatada, mas não respondeu às questões encaminhadas até o fechamento desta edição. (Colaborou Bruno Martins)

Texto extraido da revista "Ser Medico" do CREMESP.

http://www.cremesp.org.br/?siteAcao=Revista&id=506

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Tomar sol ajuda proteger os neurônios

Pouca vitamina D no organismo pode comprometer a função cognitiva


Dermatologistas costumam alertar: para expor a pele aos raios solares é preciso aplicar protetor, o que evita câncer e envelhecimento precoce. Mas fugir do sol também traz consequências graves para o cérebro. Pesquisadores descobriram que a ausência de vitamina D no organismo pode comprometer funções cognitivas. Embora seja mais conhecida por promover saúde dos ossos e regular os níveis de cálcio, a vitamina desativa enzimas cerebrais que participam da síntese de neurotransmissores e do crescimento neuronal. Com essas descobertas, pesquisadores esperam que no futuro a vitamina ajude no tratamento de pacientes com Alzheimer.


“Sabemos que há receptores de vitamina D espalhados por todo o sistema nervoso central e hipocampo. Além disso, ela ativa e desativa as enzimas no cérebro e no fluido cerebrospinal envolvidas na síntese de neurotransmissores e no crescimento dos nervos”, explicou o pesquisador Robert J. Przybelski, da Escola de Medicina e Saúde Pública da Universidade de Wisconsin. Os estudos em animais e em laboratório sugerem que a substância pode proteger os neurônios e reduzir a inflamação.


Dois novos experimentos revelam mais novidades sobre o assunto. O primeiro, conduzido pelo neurocientista David Llewellyn, da Universidade de Cambridge, avaliou o índice da presença da vitamina em mais de 1.700 ingleses com mais de 65 anos. Os voluntários foram divididos em quatro grupos de acordo com os índices da substância encontrados no sangue: profundamente deficiente, deficiente, insuficiente e excelente; em seguida, foram testados quanto à função cognitiva. Os cientistas descobriram que, quanto mais baixos os níveis, maior o impacto negativo no desempenho na bateria de testes mentais. Se comparados a pessoas do grupo excelente, os que apresentavam valores mais baixos corriam mais risco de ter alguma deficiência mental.


O segundo estudo, conduzido por cientistas da Universidade de Manchester, na Inglaterra, concentrou-se nos níveis de vitamina D e no desempenho cognitivo de mais de 3.100 voluntários entre 40 e 79 anos em oito países europeus. As informações mostram que os participantes com níveis mais baixos demoraram mais tempo para processar informações. Essa correlação foi particularmente expressiva entre os homens com mais de 60 anos.


“O fato de essa relação ter sido estabelecida em larga escala e em um estudo com seres humanos é muito importante, mas ainda há muito a ser estudado. Embora saibamos que o baixo grau da vitamina está associado ao comprometimento mental, não descobrimos se os altos reduziram a perda cognitiva”, salienta Przybelski.


Pelo fato de o comprometimento cognitivo ser, em geral, precursor da demência e do Alzheimer, a vitamina D é tema em constante discussão entre os cientistas que tentam responder a essas questões. Przybelski, por exemplo, planeja um estudo sobre isso para verificar se afetará a incidência de Alzheimer em longo prazo. Então, quanto de vitamina D é suficiente? Alguns especialistas dizem que de 15 a 30 minutos de exposição ao sol, de duas a três vezes por semana, seria o ideal para adultos saudáveis. É importante lembrar que fatores como a cor da pele, o local de residência e a área exposta ao sol afetarão o volume de vitamina D produzido por cada um.

FONTE: Revista Mente&Cerebro

quarta-feira, 20 de outubro de 2010

ANS estabelece prazos máximos de atendimento a clientes de planos de saúde

A Agência Nacional de Saúde Suplementar (ANS) estabeleceu prazos máximos de atendimento aos clientes de planos de saúde. Os prazos, a serem cumpridos pelas operadoras de planos de saúde, variam de três a 21 dias, dependendo da especialidade.
As operadoras terão, por exemplo, sete dias para providenciar atendimento odontológico e básico (pediatria, clínica médica, cirurgia geral, ginecologia, cardiologia, ortopedia e traumatologia). No caso de consultas a fonoaudiólogo, nutricionista e psicólogo, sessões de fisioterapia e terapia ocupacional e exames de diagnóstico por imagem, o serviço deverá ser prestado em até dez dias.
Para procedimentos de alta complexidade e internações eletivas (que não são de emergência), o tempo máximo é de 21 dias. Os prazos serão oficializados em uma instrução normativa da ANS, que deve ser publicada na próxima semana.
De acordo com ANS, se a operadora desrespeitar os prazos, correrá o risco de ter o registro suspenso. As empresas poderão apresentar à agência um plano alternativo, caso aleguem falta de condições para cumprir os prazos de atendimento.
A ANS tomou a medida depois de pesquisar os prazos adotados e considerados razoáveis pela maioria dos planos. Segundo o estudo, nas consultas básicas, 9,6% das operadoras consideram razoável o serviço ser prestado no prazo superior a 16 dias. Nas consultas de outras especialidades, 24,8% realizam e 25,3% entendem como razoável espera de 8 a 15 dias pelo atendimento.
Em relação às cirurgias eletivas com implante, 48,9% adotam prazo de até 30 dias e 52% consideram o tempo razoável. Foram ouvidas 840 operadoras, o equivalente a 72,3% do setor, com 42 milhões de usuários, correspondendo a 89% do total.

Fonte: Agência Brasil