terça-feira, 20 de abril de 2010

Plastica no pós parto tem mais complicações

Hormônios da gravidez podem causar alterações na coagulação do sangue.


A mulher do cantor norte-americano Usher, Tameka Foster, 37, que sofreu uma parada cardiorrespiratória quando era anestesiada para uma lipoaspiração na última sexta-feira, deu à luz a um bebê há 2 meses, o que pode ter aumentado o risco para o incidente na cirurgia.
A Cirurgia seria realizada no Hospital São Rafael, em São Paulo, pela equipe do cirurgião plástico Silvio Sterman, responsável pelo ambulatório de cirurgia plástica do Hospital das Clínicas de São Paulo.
Especialistas ouvidos pela FOLHA dizem que alterações hormonais naturais da gravidez causam uma predisposição a problemas de coagulação do sangue. Assim nos primeiros meses após o parto, há maiores chances de embolias e tromboses durante uma cirurgia.
“Há o risco de um coágulo se desprender e entupir um dos vasos do pulmão, provocando embolia pulmonar e para cardiorrespiratória. Esse risco também existe em mulheres fumantes, que tomam anticoncepcionais, que têm varizes ou que fazem uma viagem muito longa”, diz Fausto Viterbo chefe do departamento de cirurgia plástica da UNESP (Universidade Estadual Paulista).


A Frebasgo (Federação Brasileira das Associações de Ginecologia e Obstetrícia) recomenda que cirurgias plásticas sejam feitas após seis meses do término de amamentação.
A Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica não tem uma recomendação sobre o tempo de espera para o procedimento. “Vai depender de cada mulher. Mas é raro uma mulher estar totalmente recuperada após dois meses do parto”, diz José Tariki, presidente da entidade.
Já a assesoria de imprensa de Silvio Sterman informa que o bebê de Foster têm dois meses, e como ela não o amamentava, estava com o peso adequado e não tinha nenhuma alteração clínica, não haveria riscos.
Segundo o ginecologista Soubhi Kahhale, professor da USP, o outro motivo pelo qual as plasticas são contra indicadas diz respeito ao corpo da mulher, que precisa de um período para voltar ao normal. O útero que está dilatado, vai se contrair, e a pele ainda pode diminuir “O planejamento de uma plástica logo após uma gravidez não terá sucesso. Muitas mulheres tem que ser reoperadas”.

Kahhale afirma que muitas mulheres que procuram cirurgias plásticas logo após o parto, o fazem motivadas pela mídia, “Elas vem atrizes com a forma física que tinham antes da gravidez e querem o mesmo milagre. Mas não levam em conta que as atrizes se preparam durante toda a gravidez”.
De acordo com Lydia Masako Ferreira, professora titular de cirurgia plástica da Unifesp (Universidade Federal de São Paulo), é incompreensível a realização de uma cirurgia em um período tão próximo ao parto. “A mulher precisará ficar em jejum, vai sofrer um trauma anestésico, enfrentar um pós-operatório. Se isso for associado a recuperação do parto, isso pode ser algo exacerbado”.

fonte: O Estado de Sao Paulo

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